terça-feira, 9 de julho de 2013

SÓ OS TRABALHADORES PODEM MUDAR O MUNDO



Vivemos em um mundo cuja marca é a brutal exploração da classe trabalhadora. A origem de toda a riqueza está em suas mãos, ou seja, em seu trabalho. Entretanto, este trabalho é realizado sob condições de exploração, de modo que tudo que é produzido vai para as mãos dos patrões. Para os trabalhadores resta o salário e a miséria. Esta apropriação da riqueza pela classe dominante só pode ocorrer se esta mantiver os trabalhadores sob o mais rígido controle. Para isto, os patrões recorrem a um conjunto de auxiliares: administradores, gerentes, chefes de seção, encarregados etc. São eles que determinam, juntamente com os patrões, os dias e horários de trabalho, as funções que cada um vai desempenhar, o ritmo, a velocidade etc. E isto ocorre por uma simples razão: quanto mais trabalham os trabalhadores, mais lucros produzem para os capitalistas. A grande consequência, é que o trabalho torna-se desgastante, cansativo, degradante. Esta dominação que se inicia dentro dos locais de trabalho, estende-se para todos os locais onde se desenvolve a vida: escolas, bairros, entram em nossas casas através dos meios de comunicação (TV, rádio, internet, etc.). O conjunto da vida do trabalhador é determinado por esta dominação. No final das contas, ele não escolhe a hora de dormir ou de acordar, de falar ou de calar, de trabalhar ou estudar: tudo é determinado pelos patrões e pelo Estado, enfim, pelos exploradores.
Além disto, existem os partidos políticos e os sindicatos, que dizem representar os trabalhadores, mas que de fato estão bem distantes de representá-los, pois são organizados segundo a lógica do favorecimento individual dos seus membros e não dos trabalhadores em geral. Todos os partidos políticos desejam a conquista do poder e para isso precisam dos votos da maioria dos trabalhadores, por isso é que sempre se apresentam como representantes da classe trabalhadora e não como representantes e membros das classes ricas e exploradoras. Assim, tentam convencer os trabalhadores a votar neste ou naquele partido e candidato, pois esses seriam a solução de seus problemas – alimentação, emprego, moradia, asfalto, segurança etc. Desta forma, os exploradores, através de seus partidos e candidatos, conseguem o apoio da classe trabalhadora apesar de, na verdade, gerirem o sistema capitalista, beneficiando apenas uma parcela rica da população.
Cada vez mais os trabalhadores estão perdendo a confiança nos políticos e no estado, já que esses apenas prometem fazer isso ou aquilo pelo povo, mas ao chegarem ao poder garantem mais riquezas apenas aos donos das indústrias, bancos e dos próprios políticos que se dizem representantes do povo, mas exploram intensamente os trabalhadores, que trabalham cada vez mais e não usufruem do produto do seu trabalho. Não dá mais pra continuar acreditando nos políticos, nos partidos e no estado. Chega de escolher esse ou aquele partido e político que não representam a classe trabalhadora.
O mesmo acontece com os sindicatos, que nasceram como organizações dos trabalhadores, mas que com o seu desenvolvimento tornaram-se somente uma instituição que serve para negociar o salário e principalmente uma instituição que suga, na folha de pagamento, parte do salário do trabalhador. Deve-se destacar o fato de os trabalhadores quase nunca conhecerem os membros de seus sindicatos, ou seja, os trabalhadores não elegem aqueles que dizem representá-los. Assim, tal como dentro das fábricas, na relação com o estado, com os partidos, também nos sindicatos reproduz-se a relação dirigente/dirigido, na qual os trabalhadores simplesmente obedecem.
Por isso os trabalhadores devem se auto-organizar, criar suas organizações de base e igualitárias, abolindo a separação entre dirigentes e dirigidos. Nos locais de trabalho, de estudo, de moradia, criar grupos para lutar contra essa exploração e dominação, contra os falsos representantes. Uma vez criando estas organizações próprias, os trabalhadores estarão em condições de acabar com a propriedade privada, com os patrões, com os burocratas e passarão a dirigir e a trabalhar para si mesmos, construindo uma nova sociedade na qual se autogovernam, a autogestão social.
Um escravo jamais será libertado pelo senhor de escravos. A libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores. Para viabilizar isso, o Movaut - Movimento Autogestionário, propõe aos trabalhadores que criem formas de auto-organização e aprofundem a discussão e compreensão da sociedade capitalista, fundada na exploração e dominação. Assim, propomos a formação de núcleos (não interessa o número de pessoas no início, pois uma vez formado, tende a se ampliar) nos bairros, empresas, escolas, visando a formação de um coletivo que tem como função discutir os problemas dos trabalhadores, a sociedade capitalista, divulgarem idéias e a proposta de auto-organização e autogoverno. Esses núcleos deverão, posteriormente, formar uma articulação municipal e posteriormente nacional, incentivando a formação de conselhos operários e de bairros, para substituir o estado, os governos, os partidos, sindicatos e patrões no comando da sociedade, das fábricas, da produção de riquezas e sua distribuição. Este é o caminho para a libertação dos trabalhadores e a autogestão social, uma sociedade sem exploração e dominação e na qual as riquezas sejam daqueles que as produzem. O Movaut – Movimento Autogestionário está disposto a colaborar no que for preciso e no que puder.

Contato: movautbnu@gmail.com

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