Vivemos em um mundo cuja marca é a
brutal exploração da classe trabalhadora. A origem de toda a
riqueza está em suas mãos, ou seja, em seu trabalho. Entretanto,
este trabalho é realizado sob condições de exploração, de modo
que tudo que é produzido vai para as mãos dos patrões. Para os
trabalhadores resta o salário e a miséria. Esta apropriação da
riqueza pela classe dominante só pode ocorrer se esta mantiver os
trabalhadores sob o mais rígido controle. Para isto, os patrões
recorrem a um conjunto de auxiliares: administradores, gerentes,
chefes de seção, encarregados etc. São eles que determinam,
juntamente com os patrões, os dias e horários de trabalho, as
funções que cada um vai desempenhar, o ritmo, a velocidade etc. E
isto ocorre por uma simples razão: quanto mais trabalham os
trabalhadores, mais lucros produzem para os capitalistas. A
grande consequência, é que o trabalho torna-se desgastante,
cansativo, degradante. Esta dominação que se inicia dentro dos
locais de trabalho, estende-se para todos os locais onde se
desenvolve a vida: escolas, bairros, entram em nossas casas através
dos meios de comunicação (TV, rádio, internet, etc.). O conjunto
da vida do trabalhador é determinado por esta dominação. No final
das contas, ele não escolhe a hora de dormir ou de acordar, de falar
ou de calar, de trabalhar ou estudar: tudo é determinado pelos
patrões e pelo Estado, enfim, pelos exploradores.
Além disto, existem os partidos
políticos e os sindicatos, que dizem representar os trabalhadores,
mas que de fato estão bem distantes de representá-los, pois são
organizados segundo a lógica do favorecimento individual dos seus
membros e não dos trabalhadores em geral. Todos os partidos
políticos desejam a conquista do poder e para isso precisam dos
votos da maioria dos trabalhadores, por isso é que sempre se
apresentam como representantes da classe trabalhadora e não como
representantes e membros das classes ricas e exploradoras. Assim,
tentam convencer os trabalhadores a votar neste ou naquele partido e
candidato, pois esses seriam a solução de seus problemas –
alimentação, emprego, moradia, asfalto, segurança etc. Desta
forma, os exploradores, através de seus partidos e candidatos,
conseguem o apoio da classe trabalhadora apesar de, na verdade,
gerirem o sistema capitalista, beneficiando apenas uma parcela rica
da população.
Cada vez mais os trabalhadores estão
perdendo a confiança nos políticos e no estado, já que esses
apenas prometem fazer isso ou aquilo pelo povo, mas ao chegarem ao
poder garantem mais riquezas apenas aos donos das indústrias, bancos
e dos próprios políticos que se dizem representantes do povo, mas
exploram intensamente os trabalhadores, que trabalham cada vez mais e
não usufruem do produto do seu trabalho. Não dá mais pra
continuar acreditando nos políticos, nos partidos e no estado.
Chega de escolher esse ou aquele partido e político que não
representam a classe trabalhadora.
O mesmo acontece com os sindicatos,
que nasceram como organizações dos trabalhadores, mas que com o seu
desenvolvimento tornaram-se somente uma instituição que serve para
negociar o salário e principalmente uma instituição que suga, na
folha de pagamento, parte do salário do trabalhador. Deve-se
destacar o fato de os trabalhadores quase nunca conhecerem os membros
de seus sindicatos, ou seja, os trabalhadores não elegem aqueles que
dizem representá-los. Assim, tal como dentro das fábricas, na
relação com o estado, com os partidos, também nos sindicatos
reproduz-se a relação dirigente/dirigido, na qual os trabalhadores
simplesmente obedecem.
Por isso os trabalhadores devem se
auto-organizar, criar suas organizações de base e igualitárias,
abolindo a separação entre dirigentes e dirigidos. Nos locais de
trabalho, de estudo, de moradia, criar grupos para lutar contra essa
exploração e dominação, contra os falsos representantes. Uma vez
criando estas organizações próprias, os trabalhadores estarão em
condições de acabar com a propriedade privada, com os patrões, com
os burocratas e passarão a dirigir e a trabalhar para si mesmos,
construindo uma nova sociedade na qual se autogovernam, a autogestão
social.
Um escravo jamais será libertado
pelo senhor de escravos. A libertação dos trabalhadores será
obra dos próprios trabalhadores. Para viabilizar isso, o Movaut
- Movimento Autogestionário, propõe aos trabalhadores que criem
formas de auto-organização e aprofundem a discussão e compreensão
da sociedade capitalista, fundada na exploração e dominação.
Assim, propomos a formação de núcleos (não interessa o
número de pessoas no início, pois uma vez formado, tende a se
ampliar) nos bairros, empresas, escolas, visando a formação de um
coletivo que tem como função discutir os problemas dos
trabalhadores, a sociedade capitalista, divulgarem idéias e a
proposta de auto-organização e autogoverno. Esses núcleos deverão,
posteriormente, formar uma articulação municipal e posteriormente
nacional, incentivando a formação de conselhos operários e de
bairros, para substituir o estado, os governos, os partidos,
sindicatos e patrões no comando da sociedade, das fábricas, da
produção de riquezas e sua distribuição. Este é o caminho para a
libertação dos trabalhadores e a autogestão social, uma sociedade
sem exploração e dominação e na qual as riquezas sejam daqueles
que as produzem. O Movaut – Movimento Autogestionário está
disposto a colaborar no que for preciso e no que puder.
Contato: movautbnu@gmail.com
Contato: movautbnu@gmail.com